Moro numa bela cidade!
Me arrisco mesmo a
dizer, bela em quase tudo!
Andando pelo interior,
encontramos figuras lendárias,
folclóricas,
espontâneas e muito simpáticas.
Hoje fui dar uma volta
por algumas ruas.
Algumas com cerca de vinte
metros muro a muro,
calçadas com quatro
metros de largura,
tudo amplo e arejado,
belas casas com seus
jardins floridos
e que nos mostram a
amplidão de seus quintais arborizados.
Parei numa esquina,
onde havia três senhores
que conversavam com
outro que vendia frutas,
ali mesmo no quintal da
casa, com cobertura e balcão apropriados.
Lá se encontra desde
rapadura, pé-de-moleque, fubá,
legumes, até palmito
pupunha, em meio a saborosas mangas, laranjas, bananas
mamão e cará (parente
do inhame), este quase do tamanho de uma cabeça humana!
Enquanto eu escolhia o
que comprar,
ouvia a animada
conversa dos quatro velhos amigos, cabeças brancas,
sobre suas aventuras no
passado, enquanto chupavam laranja.
Demorei a escolher,
para ouvir o final de uma estória.
Já tinham falado sobre
como evitar picada de cobras,
como curar o veneno, e
falavam agora sobre onça.
Um deles contou que
quase foi morto por uma onça pintada.
Estava no mato e, ao
ver a dita cuja vindo em sua direção,
pegou sua caixinha de munição, e disse:
“Agora, ou tu me come
ou arranco teu couro, sua danada, pera aí”.
Ao abrir a caixa de
munição, viu que havia levado a caixa errada.
Estava cheia de pregos
de vários tamanhos, que guardava em sua sucata.
O medo crescia, à
medida que a onça se aproximava, com o olhar fixo nele.
Rapidamente, ele subiu
num galho de árvore, enquanto pensava o que fazer.
A onça rondava a árvore
pacientemente, preparando a hora do ataque.
Sem outra opção, ele
encheu a mão com pregos e os colocou no cano da espingarda,
como se fossem chumbo.
Carregou com pólvora, bucha e aguardou.
Havia muitas árvores de
tronco grosso, em volta.
Quando a onça passava
justamente em frente a um desses troncos,
Ele disparou!
Como havia colocado
muita pólvora, de tão “apolvorado” que estava,
houve muita fumaça.
Mesmo assim, ele percebeu que o tiro só havia atingido a cauda da onça, e que
ela tinha dado um grande salto.
Quando a fumaça se
espalhou, ele viu uma cena inusitada:
Com o estampido, a onça
se embrenhou no mato, mas...
Sua cauda ficou pregada
no tronco daquela árvore, por dezenas de pregos,
deixando pendurado seu belo
couro... Intacto!
E completou: Bem que eu
avisei: “ou tu me come ou arranco teu
couro, sua danada”.
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Depois dessa...
Paguei, peguei a compra
e... Fuuui... Antes que começassem outra!
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